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  • Foto do escritorKelly Rossi

Salvar o Fogo - resenha


Autor - Itamar Vieira Junior

Nacionalidade - Brasileiro

Editora - Todavia

Gênero - Realismo Mágico

Páginas - 320

Ano - 2023

ISBN - 9786556924175

Classificação - ⭐⭐⭐⭐⭐


Sinopse - "A história contada em Salvar o fogo tem várias camadas e muitos significados. Sua força reside na forma habilidosa que Itamar Vieira Junior mescla a trajetória íntima de seus personagens com traços da vida – social, emocional e cultural – brasileira. Moisés vive com o pai, Mundinho, e sua irmã, Luzia, em um povoado rural conhecido como Tapera do Paraguaçu, às margens do rio de mesmo nome, no interior da Bahia. Os outros irmãos estão espalhados pelo mundo. Tapera é uma comunidade de agricultores, pescadores e ceramistas de origens afro-indígena que vive à sombra do poder da igreja católica (dona de um mosteiro construído no século XVII e detentora do domínio das terras) e dos humores de seus membros religiosos, também suscetíveis à cobiça e às paixões. Órfão de mãe, Moisés encontra afeto – não livre de algumas escaramuças – com Luzia, uma jovem mulher estigmatizada entre a população por seus supostos poderes sobrenaturais. Para ganhar a vida, Luzia se torna uma diligente lavadeira do mosteiro e passa a levar uma vida de profundo sentido religioso, o que a faz educar Moisés com rigidez. Sua proximidade com a igreja também garante ao menino a formação que os irmãos mais velhos não tiveram. A vida escolar junto aos padres, porém, irá colocar Moisés em contato com experiências que marcarão sua vida para sempre e cujos reflexos podem mesmo estremecer sua relação com a irmã. Luzia, por sua vez, carrega a recordação dos irmãos que partiram, um a um, em busca de uma vida melhor por não encontrarem na aldeia perspectiva de terra, trabalho e dignidade. Sozinha, teve que cuidar da casa e do irmão, amparar o pai, além de lidar com a violência de uma comunidade que parece esquecer das próprias raízes. Ela ainda alimenta a esperança de reunir a família novamente, especialmente a irmã mais nova, que deixou a casa ainda na adolescência sem nunca ter retornado. Anos depois um grave acontecimento pode ser a oportunidade para que a família se reúna, e este reencontro promete deixar de lado décadas de segredos, sofrimentos e silêncios. A história se refaz pouco a pouco, à medida que a desconhecida história da aldeia se revela – descortinando junto com essa história familiar e particular um quadro mais amplo sobre o Brasil e seu povo. Épico e lírico, com o poder de emocionar, encantar e indignar o leitor a cada nova página, Salvar o fogo nos mostra que os fantasmas do passado de uma família muitas vezes não se distinguem dos fantasmas do país. Uma trama atravessada pelos traumas do colonialismo que permanecem vivos, como uma ferida ainda aberta."


"Salvar o fogo" veio para confirmar que a literatura brasileira segue viva!🔥


É inegável como a escrita de Itamar é belíssima, ele nos envolve trazendo sua poética mesmo em meio ao sofrimento.


Eu senti "Salvar o Fogo" como uma reafirmação de "Torto Arado". A proximidade nos temas, as pinçadas aqui e ali do romance anterior que me deixaram saudosa da primeira leitura. Ler "T.A." foi um estouro, aquele impacto de surpresa, choque e uma mistura de sentimentos bons, alémm do orgulho de ter em mãos um trabalho tão magnífico. As sensações ao ler "Salvar o Fogo" foram mais tranquilas e nostálgicas, foi um mistura de sentimentos bons também, mas agora de um jeito acolhedor, de aconchego e abraço, e por tudo isso o orgulho se mantém.


Eu não queria ficar comparando as obras, mas é inevitável. Desculpem! Diferente de "T.A.", em "Salvar o fogo" eu já me senti muito próxima das personagens desde o ínicio. O Itamar consegue manter a minha curiosidade, eu fico querendo saber mais, fico me questionando o porque das coisas em vários momentos, e eu simplesmente amo isso. Preciso destacar Luzia que me arrebatou o livro inteiro, que personagem magnífica!


Eu já sabia da ligação entre as duas obras, não vou me aprofundar sobre, para não dar spoilers, mas quando descobri qual era a relação eu vibrei muito. As coisas loucas que "o ler" faz conosco rs...


Aqui, Itamar fala do social, ele mostra o descaso e a violência em suas múltiplas formas. O cenário é do interior da Bahia, a narrativa é protagonizada por trabalhadoras e trabalhadores rurais empobrecidos e explorados pelas estruturas do Estado e da Igreja Católica.


Temos aqui mais uma obra com linguagem acessível que resgata vidas de personagens apagados pela história. O tom político-social permeia todo o livro e eu acho isso excelente. Precisamos, cada vez mais, de autores que se debrucem sobre assuntos tão caros ao nosso país.


Não me perguntem qual das duas obras do autor eu gostei mais. Hoje, depois de muito refletir sobre o que senti em cada leitura, eu não saberia escolher.



Leiam Itamar!


Beijos, um ótimo voo a todos e até a próxima! 📚


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