Título Original - Il Nome della rosa
Autor - Umberto Eco
Nacionalidade - Italiano
Tradução - Ivone Benedetti
Editora - Record
Gênero - Romance
Páginas - 588
Ano - 2022
ISBN - 9786555873665
Classificação - ⭐⭐⭐⭐⭐❤
Sinopse - "O primeiro romance de Umberto Eco, O nome da rosa é vencedor do Prêmio Strega e foi listado pelo Le Monde como um dos mais importantes do século XX. Essa edição revisada tem novo projeto gráfico e conta com um glossário com a tradução dos termos em latim.
É impossível pensar em O nome da rosa sem considerar seu extraordinário sucesso global, tanto para a crítica quanto para o público. Trata-se de um desses raros fenômenos editoriais, um best-seller literário que transcende as fronteiras linguísticas.
Esse é o primeiro romance de Umberto Eco, um dos mais importantes teóricos da comunicação de massa do século XX. O autor utiliza um roteiro policial, no estilo de Conan Doyle, que se desenvolve na última semana de novembro de 1327, em um mosteiro franciscano da Itália medieval.
Neste mosteiro, paira a suspeita de heresia, e para a investigação é enviado o frei Guilherme de Baskerville. Porém, a delicada missão é interrompida por sete excêntricos assassinatos. A morte, em circunstâncias insólitas, de sete monges em sete dias e sete noites conduz uma narrativa violenta, que encanta pelo humor e pela crueldade, pela malícia e pela sedição erótica.
Esses crimes fazem frei Guilherme atuar como detetive. Ele busca provas, decifra símbolos secretos e manuscritos em códigos e trabalha arduamente no misterioso labirinto que é o mosteiro onde eventos extraordinários ocorrem durante a madrugada.
Um sucesso espetacular, O nome da rosa não apenas é uma narrativa de investigação de crimes mas também uma fascinante crônica sobre a Idade Média. Essa edição, revisada pela consagrada tradutora Ivone Benedetti, contém uma atualização da biografia de Umberto Eco, uma nota de revisão e um glossário com a tradução dos termos em latim utilizados pelo autor."
🌹 "Nem todas as verdades são para todos os ouvidos, nem todas as mentiras podem ser reconhecidas como tais por uma alma piedosa."
"A abadia do crime" era o título que Umberto Eco tinha dado ao romance quando ainda estava escrevendo. E apesar da história homenagear Sherlock Holmes, o autor resolveu trocar o título para "O nome da rosa", pois o livro é muito mais do que apenas uma trama policial.
🌹 "Os livros não foram feitos para acreditarmos neles, mas para serem submetidos a investigações. Diante de um livro não devemos nos perguntar o que diz, mas o que quer dizer."
Falar que essa obra é um crônica fascinante sobre a Idade Média, ainda é pouco. "O Nome da Rosa" é um daqueles raros livros perfeitos que atravessam muitos gêneros e podem ser universalmente aclamado. Fazia tempo que eu não sentia tamanha completude durante uma leitura. Já existem milhares de maravilhosas críticas sobre ele, mas eu fiquei tão extasiada durante e depois da leitura, que precisei tirar um tempinho para escrever algumas palavras sobre esse magnífico "O Nome da Rosa".
🌹 "Três coisas concorrem para criar a beleza: primeiro, a integridade ou perfeição, e por isso achamos feias as coisas incompletas; depois, a devida proporção ou a consonância; e por fim a claridade e a luz, e de fato dizemos que são belas as coisas de cor nítida. E, uma vez que a visão do belo comporta paz e, para o nosso apetite, é a mesma coisa acalmar-se na paz, no bem e no belo, senti-me invadido por grande consolo e imaginei como devia ser agradável trabalhar naquele lugar."
Eu fui lendo bem aos pouquinhos, saboreando as páginas sempre que batia vontade, até que chegou um momento que não deu mais para largar até terminar. Eco cria um romance que poderia ser rotulado como ficção histórica, mistério, suspense, teologia e filosofia. Oh God! Até amor e sexo tem nessa história que se passa em uma abadia por volta 1300. Basicamente, Eco pegou Sherlock Holmes e Watson e os reformulou como monges. E eles ficaram sensacionais haha... Aquele humor britânico do Holmes e a inocência genuína do Watson que os fãs de Sir Conan Doyle tanto amam estão impressos nos papéis de frei Guilherme de Baskerville e de Adso de Melk.
🌹 "A linguagem dos gestos e do rosto é mais universal que a das palavras."
Assassinatos e debates filosóficos e teológicos se entrelaçam no decorrer da narrativa, cada um se alimentando do outro à medida que as tensões aumentam e a trama se complica.
🌹 "Entre desejar o bem e desejar o mal, o passo é curto, porque se trata sempre de dirigir a vontade. Isso é verdade. Mas a diferença está no objeto, e o objeto é reconhecível claramente."
O que mais me fascinou foi a habilidade com que o autor trabalhou os argumentos teológicos entre os ocupantes da abadia. Através dessas personagens, muitas dos quais eram pessoas reais, ele apresenta discussões multifacetadas, críveis e muitas vezes ardentes sobre uma variedade de tópicos, tais como: hereges, votos de pobreza, castidade e interpretações do evangelho.
🌹 "O que é o amor? Não existe nada no mundo, nem homem, nem diabo, nem coisa alguma que eu considere tão suspeito como o amor, pois este penetra a alma mais que outra coisa qualquer. Não há nada que ocupe e amarre tanto o coração como o amor. Por isso, se não tiver armas que a governem, a alma precipita-se em imensa ruína por causa do amor."
Outro ponto que me fascinou totalmente é o fato de todo o romance girar em torno de outros livros e textos. O bibliotecário cego chamado Jorge de Burgos faz alusões ao verdadeiro autor Jorge Luis Borges. Suas obras foram grande inspirações para esse romance. Eu só lamento não ter lido Borges ainda, mas a hora vai chegar.
🌹 "O livro é criatura frágil, sofre o desgaste do tempo, teme os roedores, as intempéries, as mãos inábeis. Se por séculos e séculos todos tivessem podido tocar livremente os nossos códices, a maior parte deles já não existiria. O bibliotecário, portanto, defende-os não só dos homens, mas também da natureza, e dedica a vida a essa guerra contra as forças do esquecimento, inimigo da verdade."
Você realmente precisa ler este livro. Poucas pessoas não encontrariam algo de interessante em suas páginas. "O Nome da Rosa" é profundo, denso e cheio de camadas que com um pouco de esforço vai lhe entregar grande prazer, diversão e reflexão.
🌹 "O bem de um livro está em ser lido. Um livro é feito de signos que falam de outros signos que, por sua vez, falam das coisas. Sem um olho que o leia, um livro traz signos que não produzem conceitos, portanto é mudo."
🌹 "Nunca como nestes últimos anos os pregadores ofereceram ao povo palavras tão ameaçadoras, perturbadoras e macabras, para estimular nele a piedade e o terror (e o fervor, e o respeito à lei humana e divina). Nunca como em nossos dias, em meio a procissões de flagelantes, se ouviram tantas loas sagradas inspiradas nas dores de Cristo e da Virgem, nunca como hoje se insistiu tanto em estimular a fé dos simples através da evocação dos tormentos infernais."
🌹 "Acho que o riso é bom remédio, como os banhos, para curar os humores e outras afecções do corpo, em especial a melancolia."
🌹 "O sono diurno é como o pecado da carne: quanto mais se teve, mais se gostaria de ter, contudo nos deixa infelizes, satisfeitos e insatisfeitos ao mesmo tempo."
🌹 "O saber não é como a moeda, que permanece fisicamente íntegra mesmo através das mais infames barganhas: ele é como uma linda roupa, que se consome através do uso e da ostentação. Acaso não assim o próprio livro que, se tocados por muitas mãos, terão suas páginas esfareladas, suas tintas e seu ouro opacificados?"
🌹 "Agora sei que a causa do amor é o bem, e aquilo que é bem se define por conhecimento, e só se pode amar aquilo que se aprendeu como bem."
🌹 "Percebia agora que não raro os livros falam de livros, ou seja, é como se falassem entre si.
Beijos, um ótimo voo a todos e até a próxima!❤📚
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