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  • Foto do escritorKelly Rossi

Teatro Completo I do Eurípides - resenha


Autor - Eurípides

Nacionalidade - Grego

Tradução - Jaa Torrano

Editora - 34

Gênero - Tragédias

Páginas - 384

Ano - 2022

ISBN - 9786555251159

Classificação - 4,5⭐


Sinopse - "“O mais trágico dos poetas”, no dizer de Aristóteles, Eurípides é, com Ésquilo e Sófocles, um dos três grandes dramaturgos atenienses do século V a.C. Retratado de forma irônica em muitas comédias de Aristófanes e tendo vencido apenas cinco vezes os concursos teatrais, o autor de As Troianas e outras tragédias fundamentais legou uma obra de imensa envergadura, cuja ressonância ainda se faz presente no teatro, no cinema e na literatura contemporâneas. Das 92 peças que a tradição lhe atribui, apenas dezenove foram preservadas; é o bastante, porém, para que se constate o caráter acentuadamente existencial de sua obra, a intensidade do sentimento individual, a força de sua palavra lírica e a liberdade com que trabalha o mito, marcando com características próprias a estrutura do drama clássico. Este volume bilíngue ― o primeiro dos seis que formam o seu Teatro completo ― reúne, ordenados por ordem cronológica, o drama satírico O Ciclope, a tragédia Alceste, que põe em questão a nossa condição de mortais, e aquela que é uma de suas obras mais célebres, Medeia, representada no primeiro ano da Guerra do Peloponeso. A tradução criteriosa e fluente de Jaa Torrano, professor titular de Língua e Literatura Grega da Universidade de São Paulo, vem acompanhada de estudos esclarecedores sobre cada uma das peças e, neste volume em particular, de uma valiosa introdução sobre o sentido das tragédias gregas em seu contexto histórico, a dinâmica das imagens míticas, as relações entre homens e Deuses e a importância da noção mítica de justiça nos dramas de Eurípides."


🔹 "morrer é uma dívida de todos nós."


Eurípides analisa a natureza humana, seus instintos, suas paixões, seus motivos com realismo. Ler as tragédias é como afundar no abismo da alma humana. E por que é importante ler as grandes tragédias gregas, especialmente Eurípides? Porque, em essência, é uma introspecção em nossa própria alma.


Eurípides foi um dos grandes dramaturgos atenienses do século V a.C., considerado por Aristóteles como "o mais trágico dos poetas". De sua extensa e produtiva carreira: um total de 92 peças, só dezenove fora conservadas. E uma delas é um drama satírico: "O Ciclope". A leitura de uma peça satírica mudou minha perspectiva sobre a tragédia grega. Agora sei que as tragédias nunca se destinaram a serem experimentadas isoladamente. As tragédias estão conectadas de maneira íntima. Perceber as ligações é um presente.


Eu nunca deixo de me impressionar quando estou lendo algo que foi escritos há tantos e tantos anos. Mas o que mais me toca ao ler Eurípides é sua proximidade com o teatro contemporâneo, seus personagens são como pessoas reais, seus heróis deixam a morte de lado e se concentram em suas fraquezas e falhas. Eu acredito que são exatamente esses recursos que o transformaram nesse gigante das tragédias gregas.


Essa edição da Editora 34, é o primeiro volume bilíngue de um coleção de seis que formam o Teatro Completo do autor. Por enquanto temos os dois primeiros disponíveis no mercado. A obra vai reunir todas as peças de Eurípides em ordem cronológica. A tradução caprichada é de Jaa Torrano, e esse primeiro volume conta com uma rica introdução que coloca o leitor no contexto histórico, além de expor o conceito de justiça trabalhado por Eurípides, e relacionar o divino com a humanidade.


As peças desse primeiro volume são:


O Ciclope - Inspirado no Canto nove da Odisseia, Eurípides segue basicamente a mesma história. A primeira das duas grandes diferenças entre o Ciclope de Homero e a peça "O Ciclope" de Eurípides é a ação dos homens de Odisseu que acontecem fora do palco. A segunda diferença são os Sátiros que aqui formam o coro e a presença de Sileno que serve como ligação para que Odisseu e o Ciclope Polifemo conversem. O melhor é que isso tudo é feito de maneira cômica.


🔹 "Quem pode compraria morrer de velhice."


Alceste - Admeto sabe que morrerá em breve, mas a morte lhe oferece a chance de viver se ele encontrar alguém para morrer em seu lugar. É nessa hora que Eurípides começa a trabalhar temas polêmicos. Os pais de Admeto, já idosos, não querem salvar o filho tomando seu lugar. Quem se oferece é a esposa de Admeto, Alceste. Mas a peça não é sobre a nobreza dessa esposa ou o quão egoísta e covarde é seu marido para deixá-la morrer (se é que ele tinha escolha, porque tudo sempre seguia a vontade dos deuses). Vários fatos acontecem que deixam o leitor se perguntando como essa família pode sobreviver a tanta calamidade. O silêncio de Alceste no desfecho grita aos nossos ouvidos. Eurípides foi um gênio.


🔹 "... preferiria três vezes

manter o escudo a parir uma só vez."


Medeia - Uma de suas obras mais memoráveis! Medeia é uma personagem única na mitologia grega. Eu amei como Eurípides explora o lado da mulher que é capaz de alcançar o mais sombrio de sua própria natureza para se vingar da traição que recebeu. Medeia é uma vilã autêntica que não apenas se rebela contra Jasão por tê-la usado, mas também faz isso com aquela sociedade opressora que só esperava que ela cumprisse os papéis que foram lhe atribuídos por sua condição de mulher solteira.


🔹 "Não me considerem reles e fraca

nem quieta, mas de outra maneira,

dura com inimigos, boa com amigos.

Assim sendo, a vida é mais gloriosa."


Leiam os clássicos gregos!



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