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Padre Sérgio - resenha


Título original - Отец Сергий

Autor - Liev Tolstói

Nacionalidade - Russo

Tradução - Beatriz Morabito

Editora - Companhia das Letras

Gênero - Novela

Páginas - 121

Ano - 2022

ISBN - 9786559210725

Classificação - ⭐⭐⭐⭐⭐


Sinopse - "Para espanto geral, a um mês de se casar, o príncipe Stiepán Kassátski decide deixar tudo de lado: rompe o noivado, abandona a carreira militar em ascenção, afasta-se da vida luxuosa da corte de São Petersburgo e segue para o monastério.

Escrito em 1890, 'Padre Sérgio' reúne as principais preocupações e motivações que marcaram o fim da vida de Tolstói. A súbita conversão do protagonista diz muito sobre aquilo que o autor pensava da vida mundana - repleta de tentações, ambições e orgulho - em oposição ao rigor do mundo eclesiástico, regido pela privação e pela obediência.

Ao refletir sobre os dilemas do príncipe, a novela joga luz sobre a religião, a moral e as verdadeiras aspirações do protagonista, bem menos puras do que pareciam à primeira vista. Complexa e concisa, 'Padre Sérgio' é uma obra-prima singular da literatura russa."




"O crítico Boris Eikhenbaum formulou, por volta de 1920, uma tese provocativa: as famosas crises de Tolstói, tão alardeadas pelo próprio autor, não seriam de natureza religiosa, mas criativa, nascidas do esgotamento de práticas e gêneros levados à perfeição pelo grande narrador. Isso teria acontecido na década de 1860, quando Tolstói se voltara para a pedagogia e para as histórias infantis; o mesmo valeria para a crise seguinte: Anna Kariênina marcara o ápice do romance familiar, como Guerra e Paz assinalara o ponto alto do romance histórico oitocentista. Essa consumação e esse esgotamento estariam na raiz da crise e o interesse subsequente de Tolstói pela literatura doutrinária, pelas vidas de santos, pela narrativa popular e, de maneira geral, pela narrativa breve..."


Nessas crises criativas citadas por Eikhenbaum, Tolstói conseguia extrair o melhor de seu trabalho literário. "Padre Sérgio" é um desses resultados fenomenais, uma novela curta, mas não corrida. Tem poucas personagens, é fluida e tem uma sutileza escancarada sobre a Igreja e vida monástica que se misturam em críticas e salvação.


"QUANTO MENOS IMPORTÂNCIA DAVA À OPINIÃO DAS PESSOAS, MAIS FORTEMENTE SENTIA A PRESENÇA DE DEUS."


O Príncipe Stiepan Kassátski sempre foi determinado e alcançava tudo que almejava, quando, de repente, resolveu abrir mão de tudo e se tornar o padre Sérgio. Enquanto a história vai se desenrolando, vamos refletindo sobre os impasses do protagonista e entendendo seus verdadeiros anseios.


Fazendo um grande contraste da vida em sociedade com o mundo eclesiástico, o Tolstói consegue imprimir nas páginas de "Padre Sérgio" todos seus últimos pensamentos em vida.


Essa foi uma novela que me encantou e muito me fez refletir. Mas não posso deixar de destacar a "Resposta à resolução do Sínodo de 20-22 de fevereiro de 1901 e às cartas recebidas nessa ocasião" que está no final dessa edição, também foi escrita pelo Tolstói e é simplesmente de uma genialidade sem igual. Sério! Só enriqueceu essa edição que já estava impecável.


Deixo aqui um pedacinho da "Resposta à resolução do Sínodo...":


"COMECEI POR AMAR MINHA FÉ ORTODOXA MAIS QUE MINHA TRANQUILIDADE, DEPOIS PASSEI A AMAR O CRISTIANISMO MAIS QUE MINHA IGREJA, AGORA AMO A VERDADE MAIS QUE TUDO NO MUNDO. E ATÉ AQUI A VERDADE PARA MIM COINCIDE COM O CRISTIANISMO, COMO O ENTENDO. PROFESSO ESSE CRISTIANISMO E, À MEDIDA QUE O PROFESSO, VIVO TRANQUILO E FELIZ, E TRANQUILO E FELIZ VOU ME APROXIMANDO DA MORTE."



LEIAM... LEIAM... LEIAM... Tolstói é maravilhoso!


Beijos, um ótimo voo a todos e até a próxima!❤📚



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