top of page
  • Foto do escritorKelly Rossi

Os Cinco Porquinhos - resenha


Título Original - Five Little Pigs

Autora - Agatha Christie

Nacionalidade - Britânica

Tradução - Otacílio Nunes

Editora - Coleção Folha de S. Paulo

Gênero - Romance Policial

Páginas - 248

Ano - 2019

ISBN - 9788579493867

Classificação - ⭐⭐⭐⭐⭐💘


Sinopse - "Caroline é condenada à prisão perpétua pelo envenenamento mortal do marido, o pintor Amyas Crale. Ela não sobrevive muito tempo à cadeia. Antes de morrer, alega inocência em uma carta que deixa para a filha, então criança. Aos 21 anos, Carla vai procurar a ajuda de Hercule Poirot a fim de provar a inocência da mãe, pois não quer se casar com a fama de fazer parte de uma família criminosa.

O detetive remonta a história do dia do crime como um quebra-cabeças de fatos e de traços psicológicos das personagens que estavam na casa de Amyas quando o pintor morreu. Entre eles, há uma amante do pintor, uma jovem meia-irmã, um pretendente rejeitado, uma governanta séria e um amigo de Caroline. Poirot vai descobrir o detalhe que revela a autoria do crime por meio da análise minuciosa dos relatos desses que são "Os cinco porquinhos", romance publicado em 1942."



"É com os olhos da mente que realmente vemos."


Magnífico é a palavra que uso para resumir "Os Cinco Porquinhos", uma leitura que mexeu comigo do início ao fim e se tornou um dos meus favoritos da autora.


Esse foi o 46º livro da autora que leio. Sei que ela é ótima trabalhando o comportamento humano de seus personagens e eu amo isso. Mas aqui nesse livro, ela vai além, ao colocar seu detetive Poirot para reinvestigar um caso que já tinha sido declarado encerrado há 16 anos, a autora consegue inserir traços psicológicos e filosóficos em sua história de um jeito natural e interessante.


Hercule Poirot é procurado por Carla Lemarchant, uma canadense de 21 anos, para investigar o caso de seus pais de 16 anos atrás. Sua mãe, embora todos declarem que ela agiu como culpada, antes de morrer deixou-lhe uma carta na qual declara inocência. Um pintor sem um pingo de moralidade, coloca sua arte em primeiro lugar, ainda assim se preocupa com a família, com a esposa (com quem discutia muito), com a irmã mais nova da esposa, com a governanta, os dois irmãos, amigos da família, a amante e musa do marido (quase 20 anos mais nova) e uma filha, essa que volta para remexer o passado. Alguém morre, envenenado. Alguém é preso, julgado, morre na prisão. Quem é o verdadeiro culpado?


A história tem uma forma muito interessante de ser contada, é apenas um incidente mas é contada através das palavras de 5 testemunhas presentes na época do acontecido, cada uma delas tem uma forma diferente de encarar o incidente. E cada uma revela seu lado do ocorrido de duas formas, primeiro em entrevista e depois em um manuscrito. A linguagem falada e escrita sobre o mesmo assunto vai gradativamente fornecendo dicas de toda a verdade.


É extremamente cativante reparar no deslubramento que a Christie tinha pelas obras de Shakespeare e como ela deixa isso refletir em suas obras. Ela também estava mergulhada em estudos dos clássicos gregos, e claro que eu vibrei a cada referência.


Agatha Cristie é muito mais do que uma autora de suspenses policiais, ela foi e continua sendo um movimento, não só literário, mas um movimento poderoso que deixa marcas em nossas vidas.


Mesmo depois de tantos livros, a Agatha continua me surpreendendo positivamente. Recomendo não só esse, mas toda sua obra.


Beijos, um ótimo voo a todos e até a próxima!📚💘



"Não é preciso empregar apenas os músculos. Não preciso me curvar e medir as pegadas, e recolher as pontas de cigarro, e examinar as folhas de grama amassadas. Para mim, basta sentar em minha cadeira e pensar. É isto - ele bateu de leve em sua cabeça com formato de ovo -, isto que funciona!"


"É psicologia que lhe interessa, não é? Bem, isso não muda com o tempo. As coisas tangíveis desapareceram... as pontas de cigarro, as pegadas e as folhas de grama amassadas. O senhor não pode mais procurar por elas. Mas pode examinar todos os fatos do caso, e talvez conversar com as pessoas que estavam lá na época... elas ainda estão vivas... e depois... e depois, como o senhor disse há pouco, pode sentar em sua cadeira e pensar. E o senhor saberá o que realmente aconteceu..."


"Alguns de nós, mon cher, veem a beleza em lugares curiosos."


"Ela era viva em excesso."


"O que a maioria das pessoas quer dizer quando diz isso? Tão jovem. Algo inocente, algo atraente, algo indefeso. Mas a juventude não é isso! A juventude é rude, a juventude é forte, a juventude é poderosa... sim, e cruel! E mais uma coisa... a juventude é vulnerável."


"Os homens têm o melhor deste mundo. Espero que nem sempre seja assim."


"Há coisas que nenhuma mulher deve tolerar."


"Uma mulher deve ter algum respeito por si mesma e não se submeter a humilhações."


"Há pessoas para quem concordância é monotonia. Elas precisam do estímulo da discordância para criar drama em sua vida."


"Embora eu admire o autocontrole, devo reconhecer com tristeza que às vezes ele pode ser excessivo. É melhor que haja um escoadouro natural para os sentimentos."


"A capacidade que as palavras têm de embriagar."





106 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page