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  • Foto do escritorKelly Rossi

Jane Eyre - Resenha

Atualizado: 26 de fev. de 2020


Título - Jane Eyre Autora - Charlotte Brontë Tradução - Anna e Carlos Duarte Editora - Martin Claret Gênero - Romance, Clássico Páginas - 780 Local - São Paulo, 2014 ISBN - 978-85-7232-999-6 Classificação - ⭐⭐⭐⭐⭐



Sinopse


"Jane Eyre, romance de estreia da consagrada e renomada escritora inglesa Charlotte Brontë, narra a história de vida da heroína homônima. Quebrando paradigmas e criticando a realidade vitoriana da época, Jane Eyre desafia o destino imposto às mulheres e as posições sociais que elas deveriam ocupar. Recheado de características góticas, o romance possui personagens inesquecíveis e transformadores, como a figura do misterioso Rochester, patrão de Jane e peça vital da narrativa."


Começamos nossa Leitura Coletiva da irmãs Brontë com Jane Eyre. Surpreendente do início ao fim!


A escrita da Charlotte é impecável! Ela é detalhista sem ser cansativa. A riqueza de vocabulário é impressionante. Mas não pense que é um daqueles clássicos que você precisa ler com o diciónario do lado, pois ela é rica e acessível para todos os tipos de leitores. É uma leitura fluida e prazerosa. Em muitas cenas é possível viajar no tempo e se sentir em plena era vitoriana.


Esse romance inglês gótico não tem nada de previsível, e isso é uma das coisas que mais gosto. Quando eu acho que não terão mais surpresas, pah! Outra reviravolta e meu queixo cai... é demais!


Jane é uma menina órfã que mora com a tia distante e seus filhos. Ela leva uma vida sofrida e sem amor ao lada a Sr. Reed, sua tia, e seu primos. Desde sua infância já é possível perceber seus traços revolucionários e seu desejo por liberdade.


Nos encantamos acompanhando o crescimento e amadurecimento da Jane Eyre. Ela é uma pessoa incrível, forte, íntegra, determinada e destemida.


Quando Jane é enviada sozinha para a escola interna, Instituição Lowood, sua situação melhora um pouco. Mas bem pouco, porque as regras são definidas e administradas por um pastor bem rígido. Na escola ela conhece Helen Burns que se torna uma grande amiga. É uma amizade linda! Gosto muito como a autora explora essa relação e nos lembra dela por toda história, inclusive na vida adulta de Jane.


Outra característica que a Charlotte usa nesse livro e que eu adoro é a conversa com o leitor. Em algumas partes da obra, ela para e fala diretamente com a gente, explicando ou chamando a atenção para algum detalhe importante. Como é uma leitura extensa, essas paradas para alguma conversa entre autora e leitor é um respiro interessante, curioso e agradável.


Saber que a vida da pequena Jane se mistura com as memórias da Charlotte, como em uma autobiografia, deixa a história mais intensa e intrigante.


"Um novo capítulo num romance é como um novo ato de uma peça de teatro. E quando eu levantar a cortina desta vez, caro leitor, deve imaginar..."

É assim que Charlotte inicia a história da Jane adulta. Jane consegue emprego como governanta em Thornfield Hall e lá ela se apaixona perdidamente pelo misterioso Sr. Rochester. A relação do casal é bem atípica, mas não podemos esquecer da época em que o romance foi escrito. O romance entre a Jane e o Sr. Rochester é diferente de tudo que eu já li. A autora dosa o tempo todo a transparência desse amor para o leitor, mas o melhor é que não tem nada de clichê e eu acho até bem divertido.


A religiosidade é muito forte durante toda a obra. É possível perceber questões como punição, expurgo, purificação e redenção.


A Jane é a melhor pessoa desse livro. Através dela, a Charlotte consegue abrir várias portas para outras escritoras. A veia feministra é muito forte e quebra os padrões da época. As explosões e atitudes da Jane, a luta pela independência e pela liberdade a tornam uma protagonista ilustre. Uma verdadeira girlpower da Inglaterra Vitoriana!


"...Tem-se a crença de que as mulheres, em geral, são bastante calmas, mas as mulheres sentem as mesmas coisas que os homens. Precisam exercitar suas faculdades e ter um campo para expandi-las, como seus irmãos costumam fazer..."

"... É um pensamento estreito dos seres mais privilegiados do sexo masculino dizer que as mulheres precisam ficar isoladas do mundo para fazer pudins e cerzir meias, tocar piano e bordar bolsas. É fora de propósito condená-las, ou rir delas, se elas desejam fazer mais ou aprender mais do que o costume determinou que fosse necessário para pessoas do seu sexo."

Essa é a primeira obra que leio das irmãs Brontë e espero ainda me encantar com muitas outras. Se você ainda não leu nenhum livro desse gênero e tem vontade de começar, recomendo que comece com esse. Apesar do livro ter 780 páginas, a leitura vale muitíssimo a pena.


Agora me contem! Já leram esse livro? Conhecem a escrita das irmãs Brontë? Vamos conversar!



Beijos, um ótimo voo a todos e até a próxima!💖📚



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