Autora - Agatha Christie
Tradução - Henrique Guerra
Editora - Folha de S. Paulo
Gênero - Romance Policial
Páginas - 272
Ano - 2019
ISBN 9788579493805
Classificação - 3,5⭐
Sinopse - "Num dia de calmaria em St. Mary Mead, o famoso vilarejo criado por Agatha Christie, o pastor Leonard Clement e Miss Marple falam sobre as intrigas sempre presentes nas rodinhas de conversa do lugar.
'Receio muito que, após observar a natureza humana durante tanto tempo, como eu, a gente não espere muito dela. Concordo que o mexerico é errado e não é bondoso, mas é quase sempre verdade, não é?'
Publicado em 1930, "Assassinato na casa do pastor" marca a estreia da detetive amadora Miss Marple na literatura de Agatha Christie. Muito curiosa e atenta, a personagem de cabelos brancos apareceria em outros 11 romances da autora inglesa.
Neste livro, Miss Marple é desafiada a descobrir quem matou o coronel Protheroe, um homem odiado por muitos em St. Mary Mead. E não só isso: por que, afinal, o corpo estava estendido no escritório da casa do pastor Clement?
Em meio ao frenesi instalado depois do crime, o vilarejo mal pode esperar os lances de perspicácia de Miss Marple."
"A intuição é como ler uma palavra sem precisar soletrá-la."
"Assassinato na casa do pastor" foi publicado em 1930 e marcou a estreia nos livros da personagem Miss Marple que, assim como Hercule Poirot, se tornou uma detetive aclamada pelos fãs da rainha do crime. Antes disso, a personagem Miss Marple já havia aparecido em contos publicados em revistas em dezembro de 1927. Essas primeiras histórias estão em "Os 13 problemas", que foi publicado em 1932 (ainda faremos a leitura desse livro pelo clube).
"Assassinato na casa do pastor" carrega várias características da escrita da Agatha. Temos aqui uma vila pequena, St. Mary Mead, onde todos os moradores se conhecem, muitos suspeitos e muita fofoca entre os personagens para deixar o leitor bem confuso haha...
"Pessoas 'normais' às vezes fazem coisas tão espantosas, e pessoas 'anormais' às vezes são tão racionais e comuns."
Com toda sua simpatia e seus cabelos brancos, Miss Marple é fascinada em observar a natureza humana, e embora não seja oficialmente uma detetive, sua astúcia e esperteza se revelam fundamentais para desenredar os mistérios que cercam o crime.
Mesmo aparecendo poucas vezes na história, eu adorei essa personagem, Miss Marple é divertida e deixa tudo mais leve. Espero que ela esteja mais presente em outro livros.
O toque de humor também se destaca com o pastor Clement. Ele que narra a história e ajuda a investigar o crime que aconteceu em sua própria casa.
"É nossa tendência natural confiar nas pessoas e julgá-las pelo valor que elas próprias se atribuem."
A resolução do assassinato parece ser simples. Mas depois de muitas idas e vindas é que percebi que o caso é mais intricado do que suspeitei. O enredo é simples. Como o próprio título já diz, acontece um assassinato na casa do pastor logo no início da história. O homem assassinado era odiado por muitos. Com o andar das investigações, vários pontos distintos são inseridos na trama.
Além do mistério principal, existem outros segredos que são revelados aos poucos. Também tem uma pitada de romance bem gostosinho e um desfecho de aquecer o coração.
O excesso de personagens e subtramas deixaram a leitura um tanto pesada para mim. Sabe quando acontece mil coisas e nada ao mesmo tempo? Então... assim que eu me senti lendo. Parecia que lia e lia, mas nada caminhava para uma resolução. Mesmo assim, o enredo principal é sólido e gostei muito de alguns temas relevantes que a autora levantou nessa obra, são eles: o suicídio e a pena de morte. Foi a primeira vez que esses assuntos apareceram nos livros da Agatha até agora e achei de suma importância tanto para a época em que foi publicado, quanto para os dias de hoje. Os argumentos que a autora levantou deixam nossos neurônios fervilhando. São pontos que enriquecem muito a obra.
"Suponha que tudo seja um caso de secreção glandular. Uma glândula funciona bem e a outra mal... E você se torna assassino, ladrão e criminoso. Clement, um dia nós ainda vamos reconhecer, horrorizados, que durante longos séculos castigamos pessoas simplesmente por estarem doentes... Uma condição alheia à vontade delas, coitadas. Não enforcamos ninguém por ser tuberculoso."
"Honestamente, creio que o crime é um caso médico, não policial nem religioso. No futuro, talvez, não haverá nada parecido."
A maioria dos participantes do Clube Lendo Rainha Christie gostaram muito da leitura e, assim como eu, recomendam fortemente.
Agora é sua vez! Já leu esse ou outro livro da autora. Tem vontade de ler?
Beijos um ótimo voo a todos e até a próxima!📚💕
Colabore com o blog: apoia.se/voandocomlivros
Comments