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Aprender a falar com as plantas - resenha


Título Original - Aprende a parlar amb les plantes

Autora - Marta Orriols

Nacionalidade - Catalã

Tradução - Beatriz Regina Guimarães

Editora - Dublinense

Gênero - Romance

Páginas - 240

Ano - 2022

ISBN - 9786555530551

Classificação - ⭐⭐⭐⭐⭐


Sinopse - "Paula acredita que tem a rotina controlada: um relacionamento que já dura quinze anos, um trabalho como médica neonatologista, com a responsabilidade da vida nas mãos. Mas essa realidade desaba quando seu companheiro confessa que tem outra mulher e, horas depois, sofre um acidente fatal. Agora, ela precisa aprender a lidar com o luto, com o rancor, com a inaptidão para novos afetos e com um apartamento repleto de plantas deixadas por alguém que representava o seu laço humano mais íntimo."


🌹🌱 "Há pessoas que brilham quando há conflitos para resolver, mas que, quando as coisas vão bem, murcham, se aborrecem e a aura que as fazia especiais se apaga. Não adianta muito não reconhecer que a amizade também envelhece, como os livros, como os filmes, que, de repente, parecem tão obsoletos."


A sinceridade das palavras que formam "Aprender a falar com as plantas" é tão pungente que inebria. Os sentimentos que dão vida a Paula, protagonista e narradora, são palpáveis ao ponto do leitor se perder com a mistura do seu íntimo com o que está lendo. É difícil explicar, muitas vezes me peguei sem ar, mergulhada em uma narrativa que me causava absurda completude, para que duas linhas depois me percebesse tentando respirar em meio a uma latência real que pulsava em um total vazio.


🌹🌱 "Sempre tenho me lembrado que tudo que se compromete a permanecer pode ir embora sem avisar, e aquilo que se enche pode se esvaziar de repente com a violência de um arranhão."


Marcante é pouco, "Aprender a falar com as plantas" é incisivo de um jeito delicado. A autora usa elementos da natureza como simbologias sutis que batem de frente com os temas trabalhados na obra: Luto, traição, mágoa, perdão, recomeço...


🌹🌱 "O que há de mais oposto à morte é o desejo."


Narrado em primeira pessoa, conhecemos todos os tormentos e regalos de Paula. Logo no início, descobrimos que nossa protagonista perdeu o marido. Seu luto ainda muito recente é apenas mascarado pela dor da traição, que tinha sido descoberta poucos minutos antes da fatalidade que perdão nenhum mudaria: A morte! 🌹🌱 "A morte repara tudo o que é irreparável, é irreversível e tergiversa tudo."


Em "Aprender a falar com as plantas" nós acompanhamos uma mulher genuína, com uma bagagem de sofrimento e dores que está batalhando e, aos pouquinhos, recolhendo seus cacos enquanto tenta preservar a imagem imaculada de alguém que ela amou e ainda ama. É um recomeço com uma dor que a envergonha, que torna tudo mais difícil, mais lento.


🌹🌱 "O ódio e o amor às vezes se juntam em uma bola só, como gotas de mercúrio, e da amálgama sai um sentimento pesado e tóxico e estranhamente saudoso. Isso é o que me irrita. A saudade apesar de tudo."


Esse livro traz à tona a imprevisibilidade da vida. Desde bebês prematuros que lutam bravamente, presos em apenas um fiapo de esperança, até desejos que se instinguem em questão de segundos.

Essa fugacidade de acontecimentos cotidianos é o que nos faz criar e desatar laços preciosos e significativos.


🌹🌱 "Morrer não é místico. Morrer é físico, é lógico, é real."


Amanhã você pode não existir mais. Você está satisfeito com seu eu de hoje?



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