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  • Foto do escritorKelly Rossi

A Paixão Segundo G. H. - resenha


Autora - Clarice Lispector

Editora - Rocco

Gênero - Romance

Páginas - 192

Ano - 2020

ISBN - 9786555320060

Classificação - ⭐⭐⭐⭐⭐


Sinopse - "Clarice recusou os rótulos e o enquadramento em escolas ou sistemas literários. Buscou sempre a universidade, a prospecção do próprio interior produzindo um literatura de excelência incontestável e estilo inimitável, estabelecendo-se como uma das maiores escritoras da língua portuguesa de todos os tempos."



"A Paixão Segundo G. H." foi um dos livros mais desafiadores que eu li nos últimos anos. Não só pela provocação em me deparar com passagens incompressíveis para mim no instante da leitura, mas, também, compreender que não é necessário entender todas as coisas em todos os momentos.


As palavras que compõem esse livro não falam, elas fazem sentir. E alguns sentimentos despertados são impossíveis de serem externalizados. A escrita da Clarice é intimista e de certa maneira experimental. É uma poesia em prosa linda, cheia de antíteses, ambiguidades e paradoxos, causando um movimento contínuo de ir e voltar. Através da personagem G.H., Clarice me fez encarar os opostos, os impossíveis. E perceber que eu não sou o meu nome, eu não sou a Kelly, mas quem sou eu? Qual é a minha essência?


É doido demais tudo isso, não? Mas eu achei uma loucura incrível e tenho certeza que quando eu reler daqui alguns meses, vou tirar outras lições, outros entendimentos e outros sentimentos.


Nesse livro, conhecemos a história de G. H., uma mulher bem resolvida, que seguia o fluxo da vida e não precisava pensar sobre o que acontecia ao seu redor, até que saiu de sua zona de conforto, foi obrigada a refletir e entrou em parafuso. Quando ela perde aquilo que a fazia se sentir segura, ocorre toda uma desconstrução em sua vida e um contínuo fluxo de descobrimento vai passando por sua mente.


"... a vida é uma missão secreta. Tão secreta é a verdadeira vida que nem a mim, que morro dela, me pode ser confiada a senha, morro se saber de quê. E o segredo é tal que, somente se a missão chegar a se cumprir é que, por um relance, percebo que nasci incumbida - toda vida é uma missão secreta."


Durante a trajetória de autodescobrimento da G.H., em meio aos seus monólogos, ela requisita o leitor. G. H. precisa da presença do outro para continuar existindo, ela precisa do outro para ter coragem e disposição para enfrentar sua transformação. Sozinho, tudo é mais difícil, né? Principalmente encarar nossas sombras, tudo de ruim que queremos deixar escondido em algum canto intocado. Aqui no livro, acredito que a barata simboliza tudo aquilo que é nojento e repugnante na vida da G.H. E é assim que a desconstrução acontece seguida de uma linda construção.


E essa construção continua, ela é sem fim para G. H., para mim e para todos os leitores que já acompanharam, refletiram e aprenderam algo junto com ela.


Esse foi o terceiro livro que li da Clarice Lispector, a cada obra me encanto mais. Espero conhecer outras em breve.


E você? Já leu esse livrou ou outro da autora?


Beijos, um ótimo voo a todos e até a próxima!📚💕


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