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  • Foto do escritorKelly Rossi

O Fantasma da Mãe - resenha


Autor - Gustavo Bernardo

Editora - Globo Livros

Gênero - Romance de fantasma/ romance de terror

Páginas - 192

Ano - 2020

ISBN - 9786580634378

Classificação - 3,5⭐


Sinopse - " 'O fantasma da mãe', o novo e inquietante romance de Gustavo Bernardo, pode ser lido como um "romance de fantasma", ou um "romance de terror". Mas essas classificações não dão conta da ousadia de Bernardo. A história da psicanalista Iracema e de seu paciente Pedro Rocha pode ser lida, ainda, como um "relato clínico". Ultrapassa, porém, não só as margens da psicanálise, mas da própria literatura."


"Nós somos o que a nossa memória nos diz que somos."


"O fantasma da mãe" pode ser classificado como um romance de fantasma ou um romance de terror, mas não pense que é daquele estilo que nos tira o sono. É mais um livro que mexe com o psicológico e pode ser aterrorizante por levantar assuntos reais que nos assombram.


"No fundo, o que se teme, na morte, é perder o futuro que, na verdade, não temos nem nunca tivemos. Por isso diria a escritora que se dizia bruxa: morrer é um instante, logo passa."


Temas sobre identidade do indivíduo, convivência com problemas, memória, morte, entre outros, são abordados enquanto acompanhamos as sessões de terapia de Pedro Rocha com sua psicanalista Iracema.



Todo o tratamento é narrado pela própria Iracema, ela nos leva a refletir sobre as dificuldades das pessoas para aceitar a ficção e os escritores, ao mesmo tempo que explora as fobias de seu paciente e analisa o fantasma de Amélia, mãe de Pedro que aparece para desestabilizar toda a vida do filho.


"A neurociência mostra que a memória, base dos reconhecimentos e dos testemunhos, não é confiável, porque ela não funciona como um registro fotográfico, mas sim como linhas em um diário que reescrevemos a cada vez que tentamos lembrar os fatos."


Ao fazer essa leitura, fui pensando nos meus próprios fantasmas. O fenônemo da 'presença da ausência' é intrigante e paradoxal. Quando perdemos algo e passamos a sentí-lo mais presente do que nunca é quando criamos nossos fantasmas, e lidar com eles nem sempre é fácil, não é mesmo?


Esse foi meu primeiro contato com o autor e foi uma grata experiência. Sua escrita rompe as barreiras da literatura e penetra no campo do ensaio, da clínica e até da poesia.


"Se a memória não é confiável, então a identidade é uma ficção. A distinção entre a memória verdadeira, a memória fabulada e a fábula da memória é impossível, porque dependemos, ou do retorno ao passado, ou da memória dos outros - a qual, por definição, é menos confiável ainda do que a nossa. Cada uma das outras pessoas lembra ou esquece do que lhe interessa lembrar ou esquecer.

Se a distinção entre a memória verdadeira, a memória fabulada e a fábula da memória é impossível, então a realidade é uma ficção coletiva: ora caótica, ora parcial, ora paradoxal."


Logo no início, a narradora me avisou que não era confiável. Eu fiquei com aquela pulga atrás da orelha durante a leitura. Até descobri um dos mistérios, mas o outro foi impossível. Terminei a leitura de queixo caído com uma das revelações.


Um livro pequeno, mas muito rico em informações. Se você gosta de leituras que explicam um pouquinho sobre o que se passa em nossas mentes, vai gostar dessa leitura.



Já conhecia esse livro? Fez alguma leitura onde o narrador não era confiável?



Então é isso voadores, espero que tenham gostado de conhecer um poquinho sobre esse livro diferentão.



"O que (você) quer ser quando morrer?"



Beijos, um ótimo voo a todos e até a próxima!📚💕


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