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  • Foto do escritorKelly Rossi

O diário de Jack, o estripador - Resenha

Atualizado: 26 de fev. de 2020


Título - O diário de Jack, o estripador Autora - Shirley Harrison Tradução - Felipe C. F. Vieira Editora - Universo dos Livros Local - São Paulo Ano - 2012 Páginas - 504 ISBN - 9788579323210 Classificação - ⭐⭐⭐⭐⭐











Contracapa - "Estou com medo de olhar tudo que escrevi. Talvez fosse mais sensato destruir isto, mas em meu coração não consigo me obrigar a fazê-lo. Já tentei uma vez, mas como o covarde que sou, não consegui. Talvez em minha mente atormentada eu deseje que alguém leia isto e entenda que o homem que me tornei não era o homem que um dia fui."


Quando peguei o livro pela primeira vez acreditei que estaria lendo "um diário", mas assim que comecei a leitura percebi que a obra se tratava de uma investigação a respeito de um suposto diário de um dos mais cruéis psicopatas da História: Jack, o estripador.


Shirley Harrison é uma escritora e investigadora com fortes raízes jornalísticas e ela executa muito bem seu papel neste trabalho. Todas as possíveis pesquisas foram feitas e são muito bem detalhadas no livro. Para aqueles que queiram se aprofundar na história de Jack, o estripador, ou queiram fazer um estudo sobre serial killers, eu recomendo fortemente esta obra.


O diário de Jack, o estripador, foi supostamente escrito por James Maybrick. Uso a palavra "supostamente", porque até hoje os especialistas não conseguiram confirmar a autenticidade do "diário".


Os assassinatos que assombraram a Inglaterra na era vitoriana continuam cheios de suspenses, pois nunca pegaram o responsável. As investigações na época apontavam para vários suspeitos, mas nenhum com evidências fortes. Alguns dos suspeitos foram: Montague John Druitt, Kosminski, Michael Ostrog, o Duque de Clarence e Dr. Francis Tumbelty.


James Maybrick era um conhecido comerciante de algodão com relações comerciais em Londres, morava em Liverpool, era casado e tinha dois filhos (Bobô e Gladys). Morreu em 1889 aos 50 anos por envenenamento  administrado por Florence Elizabeth Maybrick, sua esposa.


Florence, mais conhecida como Florie, na época com 26 anos, foi julgada por uma corte britânica, foi considerada culpada pela morte de seu marido e condenada à morte. Como a única evidência contra Florie era seu adultério, ela foi libertada após 15 anos de prisão. Todas as pistas apontam para uma conspiração contra o Sr. Maybrick, mas quem acabou pagando cruelmente por ela foi a Sra. Maybrick, que após sua prisão nunca mais teve contato com seus filhos. A solitária Florence faleceu em um chalé onde morava apenas com seus gatos.


Jack matava apenas prostitutas. Ele as estrangulava, esfaqueava e mutilava, em ataques cada vez mais brutais. Por incrível que pareça, a conexão de James Maybrick com os assassinatos só aconteceu 103 anos depois de sua morte, quando o diário recém-achado expôs a possibilidade de Maybrick ser Jack, o estripador.


O livro conta a história de James Maybrick desde seu casamento com Florence até sua morte e a autora vai pontuando aspectos de sua vida relacionando com anotações do "diário".


Grande parte do livro é dedicada às investigações. Shirley faz questão de expor todos os aspectos investigados, pontos positivos e pontos negativos. Também conta a história de todos os envolvidos na descoberta do "diário".


O "diário" em si, de 63 páginas, encontra-se na íntegra no fim do livro. Na realidade ele não é um diário, mas sim um caderno de anotações com alguns relatos macabros! É cheio de palavrões, uma vez que o escritor tenta expressar suas emoções ao registrar suas matanças como se fossem troféus. Jack, o estripador, além de cruel era canibal, então tem várias partes do "diário" bem repugnantes onde ele relata o gosto e a sensação de comer pedaços de suas vítimas. Eu heim!? :-)


A última página do "diário" é datada de 3 de maio de 1889 e suas últimas palavras são:


"Lembrem-se todos, seja lá quem você for, que um dia eu fui um homem gentil. Que o bom Deus tenha piedade de minha alma, e me perdoe por tudo que fiz.

Eu ofereço meu nome para que todos o conheçam, e para que a história mostre o que o amor pode fazer com um homem nascido gentil.

Sinceramente,

Jack, o Estripador"


O "diário" pode não ser verídico, mas que ele dá um arrepio na espinha, ah... isso dá.

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