Título - Número zero Autor - Umberto Eco Editora - Record Tradução - Ivone Benedetti ISBN - 9788501104670 Local - Rio de Janeiro, 2015, 1ª Ed. Páginas - 207 Classificação - ⭐⭐⭐
Contracapa
"Um número zero pode ter a data que se quiser e pode ser perfeitamente um exemplo de como teria sido o jornal meses antes, suponhamos, quando a bomba explodiu. Nesse caso já sabemos o que terá acontecido, mas vamos falar como se o leitor ainda não soubesse. Portanto, todas as nossas indiscrições terão gosto de coisa inédita, ouso dizer oracular. Ao cliente nós deveremos dizer: veja como teria sido o amanhã se tivesse saído ontem. Entenderam?"
"Número zero" apresenta uma história que se passa em 1992! Uma aventura amarga e grotesca que se desdobra em Milão, Itália, onde um pequeno grupo de redatores se reúnem para preparar um jornal que tem o objetivo de chantagear, difamar e prestar serviços duvidosos a seu editor.
Umberto Eco coloca Colonna como seu narrador-personagem! Colonna é um homem de 50 anos, solteiro, não tem filhos, não tem faculdade e passou bons anos de sua vida lendo manuscritos para editoras. Sempre teve o sonho de escrever um livro que lhe desse glória e riqueza, mas preferiu trabalhar à sombra! Então tornou-se um ghost-writer. Resumindo, era um perdedor! :P Até que um dia... foi contratado pelo "Jornal Amanhã" como assistente da direção, ou como ele próprio se define, redator chefe!
Ghost-writer (escritor fantasma) – é como se chama a pessoa que, tendo escrito uma obra ou texto, não recebe os créditos de autoria – ficando estes com aquele que o contrata ou compra o trabalho.
Simei é o editor do "Jornal Amanhã" e o livro o define apenas como alguém que tem a cara de todos. Colonna também é contratado por Simei para escrever um livro sobre a redação do jornal, mas seu nome não será publicado. Como a grana é boa, Colonna aceita a proposta.
O Jornal é uma farsa, as edições só servirão ao Comendador Vimercate! O Comendador quer entrar em um clube de elite das finanças, dos bancos e dos grandes jornais. Por isso, resolveu contratar um redação para elaborar doze "números zero" - um novo diário disposto a dizer a verdade sobre todas as coisas. Assim que o Comendador demonstrar que pode colocar em dificuldades o clube de elite, ganhará sua licença e o Jornal acabará!
Os redatores do Jornal são:
Cambria é aquele que se distingui por sempre fazer as perguntas mais idiotas;
Lucidi é um espião do serviço secreto que está infiltrado no jornalismo. Simei sabe disso desde que o contratou, mas não se importa nem um pouco;
Palatino carrega uma experiência com semanários de jogos e passatempos;
Constaza é chefe de composição, uma profissão que começa a cair em desuso;
Maia Fresia é solteira, tem 28 anos, e não conseguiu terminar a faculdade de letras por motivos familiares. Ainda chora quando ouve o segundo movimento da Sétima Sinfonia de Beethoven. Tem experiência em cobrir casos amorosos de celebridades; e
Romano Braggadocio é especializado em revelações escandalosas, obcecado por carros que não pode comprar e vê complô em tudo... um verdadeiro mitólogo!
Os personagens são pouco trabalhados, é difícil ficar íntimo até dos protagonistas, que são: Colonna, Braggadocio e Maia. Talvez seja normal em ficções italianas, mas como é a primeira que leio, não consigo fazer comparações.
Maia e Colonna se apaixonam! Um amor verdadeiro, mas na minha opinião pouco aproveitado pelo escritor, acredito que faltou aprofundar mais o romance. Ajudaria a envolver o leitor com os personagens.
Braggadocio é um chato de galocha! :P Ele fala sem parar, af... Praticamente toda a teoria mirabolante que forma a história do livro parte dele! Cansativo... :/
Quando faltam 20 páginas para o fim da história, acontece algo inesperado! Infelizmente, na minha opinião, não é suficiente para salvar o livro! :'(
Talvez eu tenha colocado muita expectativa nesta leitura, e por isso a decepção foi grande. Espero ter a oportunidade de ler outras obras deste escritor e quem sabe ainda me surpreender com suas histórias...
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