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Foto do escritorKelly Rossi

Abuso: a cultura do estupro no Brasil - resenha


Autora - Ana Paula Araújo

Editora - Globo Livros

Gênero - Não Ficção

Páginas - 320

Ano - 2020

ISBN - 9786586047257

Classificação - ⭐⭐⭐⭐⭐


Sinopse - “O estupro é um dos crimes mais recorrentes no Brasil e, mesmo assim, é pouco denunciado, não há estatísticas confiáveis e o tema ainda é considerado um tabu. Em “Abuso”, um livro corajoso e sem rodeios, Ana Paula Araújo, uma das mais importantes jornalistas em atividade no país, investiga como o tema molda a criação das mulheres em nossa sociedade, restringe seu direito de ir e vir e está entranhado em nossa cultura de forma tão corriqueira que não é nada raro que a vítima seja culpabilizada enquanto o criminoso nem mesmo se considere como tal.

Ana Paula analisa diversos casos ocorridos nos quatro cantos do Brasil para mostrar que estupradores agem independentemente de lugar, classe social, roupa, circunstância ou horário e que, enquanto esse não for um crime discutido e combatido, jamais as mulheres terão seus direitos garantidos. O estupro está enraizado nos alicerces machistas e patriarcais de nossa formação como povo e precisa ser compreendido e confrontado sem preconceitos.

Mais do que uma obra ousada e sem precedentes no Brasil, “Abuso” é um livro urgente e extremamente necessário.”


Sabe quando você vai sair de casa e para por alguns segundos para pensar se sua roupa está apropriada?


Sabe quando você desvia de uma rua escura quando está andando sozinha?


Sabe quando você fica esperando companhia para ir em alguma festa?


Sabe o que é sentir medo de ser violentada na rua?


Se sabe, você sabe o que é ser mulher no Brasil!


Nada disso deveria acontecer. Essa cultura do estupro precisa mudar!



“Abuso” é fruto de uma pesquisa de 4 anos, onde a jornalista Ana Paula Araújo entrevistou quase cem pessoas, entre elas: vítimas, abusadores, profissionais da saúde, juízes, policiais, carcereiros, pesquisadores e autoridades, em lugares como Rio de Janeiro, Belém, Ilha de Marajó, Porto Alegre, Teresina, Recife e São Paulo. Cobrindo o Brasil de norte a sul.


Todas essas entrevistas são relatadas e analisadas nesse livro. Ler sobre os casos é chocante. Acompanhar os depoimentos dos abusadores é revoltante. O tema abordado é incômodo e dolorido, mas quanto mais debatido, mais próximos estaremos do problema COMEÇAR a ser solucionado, não dá para fingir que não está acontecendo.


Apesar de ler várias e várias páginas com um nó na garganta e parar para respirar muitas vezes, foi uma leitura enriquecedora. Para cada caso, a Ana Paula traz muitas informações e dados complementares. Ela também expõe suas emoções e conta como se sentiu em determinados momentos. Tudo isso somado ampliou tanto minha visão no assunto. Saio dessa leitura totalmente diferente e muito mais empática. A culpa de um estupro é sempre, única e exclusivamente, do estuprador. SEMPRE.


Terminei o livro chorando, não só pelos casos assombrosos que li, mas, também, por mim, por minha filha e por tantas outras mulheres que precisam viver nessa realidade lamentável. Que tudo isso passe e possamos viver em um lugar livre, sem medos e com nossos direitos garantidos.


“Não podemos mais aceitar o machismo estrutural enraizado na cultura e considerar essas atitudes comuns. Esse não é um comportamento aceitável, normal e não pode mais ser tolerado.



180 é o número da Central de Atendimento à Mulher. A ligação é gratuita e sigilosa.





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O livro está disponível nas melhores livrarias! Você também pode comprar sem sair de casa clicando na imagem abaixo.


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1 comentario


Otávio Nazar
Otávio Nazar
17 nov 2020

Estupro e uma cosia abominável, falar sobre isso nem sempre é fácil, mas é preciso. Mais conhecimento faz com que mais pessoas consigam aprender cada vez mais que isso e algo inaceitável. Sair de uma leitura e ter a certeza que ela te fez melhor e uma coisa maravilhosa, saímos buscando mais para nos enriquecer e nos moldarmos cada vez mais.

O medo que tantas mulheres são submetidas diariamente é algo que precisa acabar, isso tudo tem que mudar.

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