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Foto do escritorKelly Rossi

A Bengala de Chaplin - Resenha

Atualizado: 26 de fev. de 2020


Título - A bengala de Chaplin Autor - Flavio Dias Editora - e-galáxia Páginas - 102 Gênero - Romance Ano - 2016 Classificação - ⭐⭐⭐












Sinopse


"A bengala de Chaplin" é um trabalho da imaginação. Todo personagem e eventos são fictícios. Nenhuma semelhança com pessoas reais é intencional ou deve ser deduzida – uma leitura surpreendente, intensa e criativa em torno do desaparecimento da bengala da estátua de Charlie Chaplin na pacata, pequena e charmosa cidade de Vevey, na beira do lago Léman, na Suíça. Esse mistério serve como pretexto para a criação de uma estrutura (exercícios, observações, variantes, notas, indicações em imperativo) que banha-se em métodos investigativos. O pulo do gato está no método que, em vez de coagir o objeto – ou de fixar a deambulação – permite justamente uma experimentação radical e plena de variações de velocidade. Se o livro pudesse ser desenhado seria provavelmente formado por algumas linhas retas e várias pequenas formas ao redor delas. A busca de estrutura dá alcance ao livro, o motor/máquina de sua escrita move-se em linhas sutis, finas, alegres e venenosas. Encantadoras e traidoras. Entre feitiços e desencantos, Jackson, o personagem principal perde-se amargo e doce nos seus amores de cidades: Paris, Lausanne, Lisboa, Madrid e, sobretudo, nos ventos do Sul do mundo e de sua lha de Santa Catarina natal: de onde ele vem e que por onde vai, como uma bengala roubada... "A bengala de Chaplin" revela-se um labirinto de jogos narrativos em que a linha entre diferentes estilos literários estreita-se até o infinito."



❤Um romance experimental desafiador! Gosto de sair da minha zona de conforto e me aventurar por escritas inovadoras e singulares. "A bengala de Chaplin" me proporcionou uma experiência totalmente diferente de qualquer leitura que já fiz.


❤O exercício narrativo usado pelo autor assemelha-se ao do surrealista André Breton. Fragmentos de conversas, sonhos, memórias... são capturados e "ordenados" de forma aleatória compondo a história. Cada pedacinho é ligado ao outro por uma espécie de "cola", e essa "cola" somos nós, leitores. Incrível, neh!


"Memória é sempre rascunho. E qualquer tentativa de passá-la a limpo está condenada, já desde o princípio, ao fracasso."

❤Aos poucos, o livro apresenta duas histórias paralelas que se mesclam e suplicam atenção. Uma delas conta a vida de Jackson, um escritor de sucesso, que vive dois amores. Lola que vira personagem de seu livro é um amor inquieto, descontrolado, desmedido... e Helen é para Jackson quase um calmante, um amor tranquilo e relaxante. Sim, nesse livro as amantes se completam, picantes e doces na medida certa. A outra história costurada junto com o leitor é de um outro escritor, porém este não tem seus livros publicados.


"...Chaplin.Não era o poema em si que o preocupara, mas o abrupto de uma memória colada ao presente sem cronologias. O tempo não linear dos segredos. Charles e sua bengala..."

❤A obra carrega cenários magníficos! Um deles é Vevey/Suíça, onde existe uma estátua de Charles Chaplin. Um mistério sobre a bengala da estátua de Chaplin ilumina a imaginação do escritor e possibilita a criação do livro.


❤Flavio também usa o erotismo como liga no enredo na tentativa de aproximar o leitor e expor o íntimo dos personagens. Um dos narradores descreve a escrita como um ato pansexual... espera, um dos narradores?? Simm... encontramos mais de um narrador no livro. Complicado? Um pouco, haha... por isso, atenção e entrega são ingredientes fundamentais para aproveitar essa leitura.


❤Em "A bengala de Chaplin" as vivências do leitor se unem às do escritor e formam uma história única. O que esperar de um romance onde todas as regras pré-estabelecidas foram rompidas? Descubra e aventure-se também. Não esqueça de me contar caso já tenha lido ou se ficou com vontade ler. 😉



Beijos, um ótimo voo a todos e até a próxima!📚💖

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