〰 "havia um silêncio muito grande dentro de mim e ao meu redor, onde nem os passarinhos cantavam, nem o vento piava, nem as ondas batiam. Nada, nada, nada. [...] E fiquei olhando o nada, com vontade de também fazer nada, mas me levantei e saí caminhando em direção à água, o que ninguém percebeu. Sentada na areia, fiquei olhando o mar e chorando todas aquelas mortes que pareciam estar dentro de mim, ocupando tanto espaço que não me deixavam sentir nada. Os olhos ardiam com as lágrimas salgadas, como se fossem mar também, e senti uma solidão do tamanho dele, do tamanho da viagem da África até o Brasil, do tamanho do sorriso da minha mãe quando estava dançando, do tamanho da força com que a Taiwo segurava minha mão enquanto observávamos o riozinho de sangue de Kokumo."
No dia 25 de maio, iniciei essa leitura junto com alguns amigos. Estamos lendo uma média de 20 páginas por dia. Hoje terminamos o terceiro capítulo, 20% do livro.
Nada poderia me preparar para essa leitura que já começa intensa, e quando acho que peguei o ritmo e estou preparada, a autora está ali para me mostrar que não, que tem mais, cada vez mais. A inocência e a força de Kehinde nos guiam no início dessa jornada. Estou amando a experiência de conhecer um pouco mais sobre a cultura Iorubá e sigo deslumbrada com a escrita imagética da autora que choca e ao mesmo tempo acalenta com sua beleza.
Voltarei para conversar com vocês quando chegar em 50%. Até lá deixo o convite para acompanhar as minhas leituras pelos stories.
Já leram ou gostariam de ler "Um Defeito de Cor"?
Beijos, um ótimo voo a todos e até a próxima!📚
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